Viagens por aí a dentro

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Dia 5 - Sábado 14-01-2006

Como era de prever não dormi lá grande coisa. Sempre a acordar a meio do pouco sono para verificar as horas para ter a certeza que não perderia o voo e se não ficava ainda mais tempo ali.
O voo tinha espera marcada na porta ás 8.50, mas nunca fiando nisto de apanhar aviões. Mais vale estar prevenido que ser apanhado descalço.
A alvorada (se é que alguma vez existiu) foi por volta das 5.20, a jeito de tomar o pequeno-almoço à hora que o bar abria. A coisa boa de ter assim estas dormidas e pequenos-almoços à borla, é poder usufruir de tudo e mais alguma coisa sem preocupações. O exemplo disso são os pequenos almoços abastados e bem fornecidos que permitem não só ter energia para o dia todo como também dar protecção contra o frio intenso que reina lá fora.
Depois do pequeno almoço, o dia ainda nem sequer tinha despontado. Nem um único raio de sol tinha ainda lambido os meus olhos. A espera, ainda dentro do hotal por causa do frio, pelo autocarro fez-se ouvindo uma mescla de inglês e alemão. Dão muito que pensar pos hoteis deste estili, apenas meros locais de passagem fugaz, casa de toda a gente e ao mesmo tempo casa de ninguém. Camas de one nigth stand, salas de reunião de 30 minutos one shot, para empresários atarefados.
O autocarro lá veios, felizmente também com aquecimento, que é eficaz apenas de portas fechadas. Ainda um pouco mais de espera por um hospede mais atrasado que não queria estar mais meia hora à seca pela próxima passdem do mesmo. Da viagem nem sequer um ponto de referência, de tão escuro que estava. Só sei que o hotel era no meio de nenhures, algures na “Cargo city Sud” a uns bons 2 quilometros do aeroporto, terra de ninguém, onde se faz tudo e mais alguma coisa relacionado com os aviões.

Impaciência e quase desespero até ao ultimo minutos. Diz o ditado que à 3ª é que é de vez, e eu não queria de modo algum ter mais nehum percalço na 3ª viagem de avião que era para ter idealmente começado e acabado há algumas horas atrás. De novo no aeroporto, agora já á espera de alguma luz natural que alumiasse o caminho à pátria de origem, a espera não foi muita, mas como qualquer outra espera, impaciente, chata. Não havia meio de atribuirem uma gate (porta) de embarque para o nosso voo. Era ver os outros voos que partiam depois, os gulosos, a verem as gates serem-lhes dadas e a nós, para Lisboa, a capital do país, a ver-se relegada para último. Até na beira da loucrua, um voo para o Porto, vejam-se lá, teve gate primeiro que nós. A situação lá se resolveu e mal a indicação apareceu nos ecrãs, eu levantei-me d eum pulo, e como uma mola dirigi-me ao sítio onde de fio a pavio passam-nos ou não o atestado de terrorista, assassino, contrabandista ou de mero louco. Tudo isto baseado nas armas de uso pessoal e amterial proibido que um índividuo possa levar.
A caminhada para a gate A40 de Frankfurt adivinhava-se grande, mais ou menos ao ritmo de cada gate ( nesta piso apenas as pares) a cada 50 ou 100 metros. Depois de palminhar as primeiras 20 e de ter visto bastante material aeronautico de diferente proveniência, lá demos com a gate certa, e com um fantástico sol de Inverno, pelas nove horas locais. Um sol que espreitava timido por entre a névoa da manhã fria lá de fora. Do embarque nada mais, só um ocnjunto de 4 dezena de pessoas se tantas, com um civismo irreprensivel de uma espera por um avião sempre longa. E eu com o bichinho de voltar. Antes de levantar vsó o mero reparo, de, no momento exactamente antes do ínicio da aceleração final para levantar, uma ave a pousar no verde carcomido da relva ao lado da pista. No meio daquele barulho todo, o bicho pousou como se nada fosse e ainda petiscava algo na terra. Se ele se enfiasse algures nos motores (ali tão perto, pertinho) seria o nosso fim certo.

A viagem foi para mim a mais calma da 3. Sem turbul~encias desmeddas, sem choros demasiados sem abruptas partidas. E para mim apenas pareceu que o piloto deslocou a machete 3 vezes se tanto. Para virar á direita nos Alpes, para corrigir a trajectória por cima dos Pirineus e depois á chegada nas manobras do costume; tudo o resto imperceptivel. Viagem de resto bem acompanhada por música que acertou na mouche. Os Air com o seu ultimo album, proporcionaram-me uma viagem calma nas nuvens, essas que não faltaram quase até casa. Começaram a aparecer mais densamente aquando do novo avistamento dos Pirineus ainda com os Alpes pela esquerda. Incrivel como lá do alto se pode perscrutar a largura imensa da França como se nada fosse.
Nos auscultadores ia passando “Surfing on a Rocket” bem chamado ao caso pelo shuflle do leitor, ou não estivessemos graças a 2 bem grandes, sustentados a pairar nos sucessivos colchões de ar da Europa.
Com copo de água atrás de copo de água, pedidos gentilmente à hospedeira com um “plain water”,- não fosse servido gato por lebre e trazida antes água com bolhinhas grande apanágio dos germânicos - a vontade de ir à casa de banho apertou. E foi mais um momento para experenciar o pitoresco dos aviões. Ver oque quer que seja que tenha sido depositado na sanita ser aspirado com uma velocidade acelerada e barulheira proporcional, dá vontade de imaginar o que aconteceria se o mecanismo fosse accionado quando estivéssemos lá sentados. Já alguém ouviu falar em sucção?
Quase a chegar ao solo, e ouvindo rão Kyao naquelas músicas mais tradicionais com influências de música mais folclórica, fiunalmente acaba o manto espesso de nuvens baixas e altas que no acompanhavam desde os Pirineus ( que aliás foram palco de um cruzamento perpendicular entre o nosso avião e outro num corredor metros mais abaixo) vislumbrei algo que me era familiar: Abrantes e Santarém, a primeira pela estação de produção de electricidade e a segunda pela grande proximidade com o rio Tejo. De avião lá no cimo a vista em profundidade é enorme e apenas com mais 1 ou 2 minutos de voo já se vê logo Vila Franca de Xira, Lisboa e o seu grande Estuário que abraça a cidade.
Ainda curiosamente deu para ver a casa lá do cimo ( eu sei... coisa de criança ou de parolo) assim como o local de trabalho e a antiga faculdade.
Do momento mais excitante fica sempre a aterragem, com o retumbante bater das rodas no chão e o potente reverter dos motores, que trouxeram então de volta a casa.

Fica assim completo este breve relato de 4+1 dias num outro contexto para além daquele em que eu tenho movido em toda esta existência.

Até ás próximas viagens!