Viagens por aí a dentro

terça-feira, janeiro 17, 2006

Munique - Dia 3 - Quinta-feira 12/01/2006

Hoje acordei mais cedo mas também com um sono mais dormido. Parecia que conseguia ouvir tudo muito bem... Pudera, tinha deixado a janela aberta durante a noite! Ao menos o calor da outra noite não fiquei! Ainda não consegui ter aquela sensação de estar mesmo numa realidade diferente, noutro país, aínda no mesmo continente mas com um contexto diferentes. Sim, ainda não me apercebi disso, mesmo com as mensagens em alemão à volta. Talvez seja verdade que só na hora da despedida do sítio é que se comece a sentir a “real thing”, como o meu colega me disse. Ou talvez tenha que parar de beber cerveja ao jantar. Já lá foram 3 copos de meio litro desde o 1º dia. Nao é nada demais, eu sei, longe disso. Aquela mini-resolução de tentar parar com o alcóol em Janeiro já se foi! E depois do pecado da bebida...o da carne... mas não o da humana, não o da lúxuria, mas sim o da comida. Nesta zona da Alemnha o sabor do peixe não deve ser muito sentido. Pelo menos o do peixe fresco, já que o congelado e o fumado devem à partida, estas sempre disponíveis. Talvez porque eles não têem uma grande porção de àgua por perto (exceptuando os lagos e o rio Isar) que permita abastecer a população de peixe fresco.

Falar da Alemnha, trás à memória salsicha (não no sentido malandro/ Quim barreirresco da coisa) . O pequeno almoço foi bem pesado. Ainda deu para ovos mexidos, bacon e salsichas de Berlin, para encher o bucho.

Do trabalho nada (de)mais para além de ter apanhado uma ligeira seca á espera das pessoas certas. De resto muita informação nova a entrar na cabeça, mas a cabeça lá longe no horizonte, a querer correr dali para fora e pisar o gelo que se estende nos campos. A querer ser como os milhentos corvos que esvoaçam lá fora enquanto debitavam o seu obituário “crá, crá, crá” ininterruptamente.

Ao almoço mais salsicha para variar. Desta vez num estilo de sopa de legumes. Eles querem provocar-me um ataque cardíaco, estou certo disso!!! A cozinha da baviera é eximía nisso. Um pedaço de comida e muito molho para afogar as mágoas de porco ou da vaca que foram processados naquela forma.

De trabalho, mais só amanha para umas correções finais e espero que mais rabecadas de como as coisas não estão a ser feitas.

De volta ao centro, surgiu na conversa um colega que nos convidou para conhecer as vistas a noite. Está a trabalhar agora aqui, a ganhar o quintuplo do que ganhava em Portugal. Parece que a balança só pesa para um lado não é? Há decisões que parecem que podem ser feitas no escuro não há?

Para variar o tipo é meio destravado e esqueceu-se de nós em plena Marienplatz. Felizmente não me custou porque tinha passado pela hauptBanhof – a estação central de Munique. Ver e rever suburbanos e comboios rápido intercalados com um olá para casa patrocionado pela T-Telekom. Os velhos lá vão vivendo a vida deles fiquei a saber no fim da chamada.

Lá fomos ter com o destravado a OstBanhof que é como que diz estação do Oriente (a sério!).

Afinal ele tinha-se MESMO esquecido de nós, não fossemos telefonar-lhe. Lá nos levou a um bar-restaurante chamado Bar-Lisboa com comida supostamente portuguesa. Há outro similar no Chiado na rua da trindade. Lá conhecemos um casal amigo dele. Ambos ingleses. Ela muito irónica e sempre a revirar os olhos a qualquer coisa que menos lhe agradasse; ele sempre na sua a rir-se das coisas que graça tinham, mas muito reservado no geral. Fiquei a saber que eu tinha um sotaque inglês posh pelo que ela achou. Nem tenho sangue real, nem grande pretensões de mostrar que sou melhor que os outros... mas será que este comentário é para ser levado como coisa boa? Ou será que é para se levado em conta alguma?

Conversa puxa conversa e palavras atrás. Falou-se de tudo e mais um par de botas. Do tempo, das séries inglesas, do facto da língua portuguesa soar a algo como “môsh môsh” para ela, geografia de Portugal e sítio na Europa para passar tempo de qualidade. O casal ao que aparentava era bem viajado na plenitude dos seus 30 e picos anos.

Um quarto para a meia-noite. E eu com medo da falta de transportes. E de ser roubado, assaltado e o diabo a sete. Numa cidade com a língua nada familiar a meio da noite. O destravado que me assegura que na cidade mais patrulhada da Alemanha, não havia malucos dos cornos que se metam aqui com o lusitano com cara de imberbe.

Mas não é preciso ter medo. Mesmo às 00.30 numa estação de metro sem ninguém para além de mim e do meu colega. Como eu stresso com isso, a paranóia da puta da insegurança. Tenho que relaxar... que tal deixar-me de ameaças e vir para cá?

E as compras dos postais e recuerdos para o pessoal mais uma vez adiados. O trabalho rouba tudo! Chego ao centro já na hora de fechar e não vejo nada a fundo com olhos de ver nestes 3 dias. Mas o aperitivo já dá para ver o que isto afigura.

Mas será o melhor nesta velha Europa? O que haverá no outro Mundo e mesmo neste velho, que velha a pena. Se calhar pouco mais do que isto?

Pensamentos para outras folhas, no entanto... Se quisesse fazer conscientemente e obrigatoriamente um registo como este de certeza que não o faria. A determinação morreria sem esta espontaneidade que me mantém acordado. Amanhã dia de fuga para trás como mija a burra. Dois aviões num só dia para alguém que parece ganhou nova fobia. Tudo muito brusco amanhã.

A ver vamos.

2 comment(s):

  • "Já lá foram 3 copos de meio litro desde o 1º dia."
    Ena! Isso é que foi mijar!

    "Falar da Alemnha, trás à memória salsicha (não no sentido malandro/ Quim barreirresco da coisa) ."
    Trás?! A mim não trouxe, mas já que falas nisso... Já comia uma salsichinha!

    "Ver e rever suburbanos e comboios rápido intercalados com um olá para casa patrocionado pela T-Telekom."
    Comboioooos! Aposto que ficaste lá horas só a olhar para os comboios!

    "E eu com medo da falta de transportes. E de ser roubado, assaltado e o diabo a sete. Numa cidade com a língua nada familiar a meio da noite."
    Mas tu tens super poderes!


    By Blogger loba, at 20 de janeiro de 2006 às 21:19:00 GMT  

  • "Já lá foram 3 copos de meio litro desde o 1º dia."
    Ena! Isso é que foi mijar!

    "Falar da Alemnha, trás à memória salsicha (não no sentido malandro/ Quim barreirresco da coisa) ."
    Trás?! A mim não trouxe, mas já que falas nisso... Já comia uma salsichinha!

    "Ver e rever suburbanos e comboios rápido intercalados com um olá para casa patrocionado pela T-Telekom."
    Comboioooos! Aposto que ficaste lá horas só a olhar para os comboios!

    "E eu com medo da falta de transportes. E de ser roubado, assaltado e o diabo a sete. Numa cidade com a língua nada familiar a meio da noite."
    Mas tu tens super poderes!


    By Blogger loba, at 20 de janeiro de 2006 às 21:19:00 GMT  

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